quarta-feira, 8 de abril de 2009

CABO VERDE: - A LINGUAGEM


A linguagem


É um código geralmente aberto, vivo e dinâmico de comunicação constituído por sons, símbolos, e figuras orais e/ou gráficas derivadas da sua combinação, construído, regra geral, paulatinamente, ao longo da existência de um aglomerado populacional, por imperativo da necessidade de entendimento entre os seus membros, decorrente de objectivos comuns de cooperação, organização, defesa, subsistência e desenvolvimento, que, pelo seu papel instrumental para a harmonia, coesão e eficácia do aglomerado, comporta princípios e regras, mais ou menos flexíveis no respeitante ao surgimento e absorção de novos sons (oficiais) e símbolos, bem assim no tocante à absorção de novas figura orais ou gráficas, disciplinando, de igual modo, a forma de representação (expressão) de ideias, sentimentos e factos para fins de intercâmbio entre os membros do aglomerado.


Assim, não se pode, com propriedade, pretender tratar o fenómeno linguístico de forma simplista, dito de outro modo, é preciso conhecer a sua essência, i.e., a sua natureza dinâmica, o motor dessa dinâmica, o ponto de partida da sua formação, os elementos determinantes dessa formação, a componente lexical e, evidentemente, a gramatical.


É de todo erróneo, cingir-se, quase que, exclusivamente, aos primórdios, e o mesmo nem seria dizer ao arcaico, ao se pretender que a linguagem de hoje que se quer (+/-) evoluída, seja a reprodução de uma “gravação”, certamente má/deturpada, de um passado, que sendo indubitavelmente nosso, não traduz o nível de saber, de capacidade de absorção, harmonização e tratamento que o nível dos conhecimentos dos cabo-verdianos atesta hoje.


Os nossos antepassados, na sua grande maioria, não sabiam ler nem escrever e eram confrontados com limitações severas de conhecimento por obra e graça do regime opressivo e explorador a que estiveram, infelizmente, sujeitos, o que não lhes permitiu uma evolução esclarecida a nível linguístico ou outro (ver o nível académico dos divulgadores e defensores da língua cabo-verdiana).


Vamos pensar ... (para continuar).


by Nuno Paris

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